eu sou a que no mundo anda perdida,
eu sou a que na vida não tem norte,
sou a irmã do sonho, e desta sorte
sou a crucificada ... a dolorida ...
sombra de névoa ténue e esvaecida,
e que o destino amargo, triste e forte,
impele brutalmente para a morte!
alma de luto sempre incompreendida! ...
sou aquela que passa e ninguém vê ...
sou a que chamam triste sem o ser ...
sou a que chora sem saber porquê ...
sou talvez a visão que alguém sonhou,
alguém que veio ao mundo pra me ver
e que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca
quarta-feira, 29 de julho de 2009
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