eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
cada um tem o seu: pessoal e intransmissível:
[e] com ele se entretém e se julga intangível.
eu sei que a humanidade é mais gente do que eu,
sei que o mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.
eu sei que as dimensões impiedosas da vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
[o] Universo sou eu, com nebulosas e tudo.
António Gedeão
domingo, 19 de julho de 2009
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