visita-me enquanto não envelheço,
toma estas palavras cheias de medo e surpreende-me com teu rosto de Modigliani suicidado
tenho uma varanda ampla cheia de malvas e o marulhar das noites povoadas de peixes voadores.
vem
ver-me antes que a bruma contamine os alicerces,
as pedras nacaradas deste vulcão a lava do desejo
subindo à boca sulfurosa dos espelhos,
vem
antes que desperte em mim o grito
de alguma terna Jeanne Hébuterne.
a paixão derrama-se quando [a] tua ausência se prende às veias,
prontas a esvaziarem-se do rubro ouro,
perco-te no sono das marítimas paisagens,
estas feridas de barro e quartzo,
[com] os olhos escancarados para a infindável água,
vem
com teu sabor de açúcar queimado,
em redor da noite,
sonhar perto do coração que não sabe como tocar-te
Al Berto
quinta-feira, 12 de março de 2009
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1 comentário:
talvez pela cumplicidade perdida,
num sitio tão frágil como o mundo,
talvez pelo inconformismo
dos sorrisos tantas vezes negados
do país que hoje habito,
talvez
pela linguagem dos poetas,
na margem de Ruy Belo,
na água de Pessoa,
ou no incêndio de Herberto Helder,
quis o destino que eu tropeçasse "onde tudo começa".
sendo o Al Berto um dos meus guias
e porque não conhecia o poema,
não resisti à elegante ousadia
de lhe perguntar sobre a morada encadernada:
onde dorme este poema?
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