quarta-feira, 3 de junho de 2009

eterna espera

...e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta...

dantes escrevia cartas,
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua

assim envelheci: acreditando que algum homem ao passar se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração.
mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar)

um dia houve que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta.
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade

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